Terminei de ler o livro a História da Moda, de Didier Grumbach, e nele você vê o declínio da altacostura e a ascenção do pret-a-porter, e claro, percebe que a moda sempre "lutou" com a cópia. Ou seja, sempre existiu cópias de grandes criadores e isso hoje em dia não foi potencializado, apenas é mais visível.
Juntando essas duas informações iniciais comecei a pensar no momento em que vivemos de creative commons e internet, onde tudo se vê e tudo tem uma reação quase que imediata no mundo todo. Ora se vivemos nesse momento porque os mercados não mudam/evoluem, afinal você não vai conseguir que a cópia acabe, e muitas vezes essa cópia vai ser chamada de "inspiração". Qual seria a reação ideal?
Uma das ações que acho necessário é quando as coleções chegam no mercado, no livro de Didier ele fala desse problema, em que os modelos chegam nas lojas depois de já ter aparecido em desfiles, amplamente divulgados, e de muitas "famosas" já terem vestido eles. Para o consumidor esse modelos já são antigos, e a possibilidade de uma fast fashion "pegar a idéia" e comercializá-la antes tira grande parte do valor monetário da peça. Afinal, porque eu compraria uma peça que é cara, mas que já rodou mundo afora no corpo de famosas e em releituras por aí com um preço muito menor? Claramente as datas de lançamento da coleção estão fora do que é o mundo real, afinal vivemos um momento imediatista, onde se fica datado muito rápido.
Existe, também, uma certa falta de criatividade nas roupas, calças skinis que já estão a anos por aí. A moda parece sofrer com uma falta de vontade de inventar. Parece que já se fez/viu tudo. Creio que isso vem desse copia constante da moda, talvez não valha a pena inovar, pesquisar e criar. É mais fácil e barato ficar no certo. O mercado de moda precisa mudar sua maneira de fazer negócio para poder evoluir.
Claro que devemos colocar uma observação, grandes marcas de altacostura e pre-a-porter tem qualidade, e suas roupas são "eternas". Diferente das fast-fashion que são feitas para durar pouco e algumas vezes o caimento não fica bom.
UPDATE!
via Hypercool
Fashion Week em questão
29/07 por Redação - RG Vogue
Na manhã dessa terça-feira (28.07), alguns dos maiores players da moda americana, entre jornalistas (Anna Wintour presente) e membros do Council of Fashion Designers of America, se reuniram no FIT para uma reunião de peso. Em pauta, os rumos da semana de moda americana. Papo sério em tempos de recessão.
A grande questão: a semana de moda ainda faz sentido em tempos de internet? A presidente do conselho, Diane von Furstenberg, defende mudanças. Mostrar roupas seis meses antes pode não ser mais adequado - provoca liquidações antecipadas e confunde os consumidores. Divide a mesma opinião a estilista Donna Karan, que sugere que as roupas desfiladas sejam correspondentes ao clima lá fora. O designer Elie Tahari concordou e endossou: disse que passou a vender muito mais apostando em wear-now looks.
Ainda na reunião, a editora de Vogue America, Anna Wintour, falou dos progressos do evento Fashion’s Night Out, o plano de Vogue para estimular o consumo e o mercado de moda, que acontece dia 10 de setembro em todo o mundo - inclusive no Brasil, com pompa e circunstância (aguarde novidades neste site). Ela defendeu uma regulamentação para que as grandes lojas de departamento não antecipem a temporada de liquidação. DVF retrucou: “Mas isso é ilegal”, no que Wintour replicou: “Mas nós temos amigos na Casa Branca, agora”.
Discussões e propostas à parte, é interessante ver como se organizam os players da moda de lá. Por aqui, espera-se o mesmo. Vamos debater?
Vou colocar abaixo algumas imagens das coleções resort 2010, perceba como você já viu por aí alguma dessas roupas e elas não são tão "fresh" (imagens style.com):
Alexander Wang
Anna Sui
Balenciaga
Calvin Klein
Carolina Herrera
Chloé
Chanel
Emanuel Ungaro
Emilio Pucci
Givenchy
Gucci
J. Mendel
Lanvin
Marc by Marc Jacobs
Max Azria
Sonia Rykiel
Stella McCartney
Yves Saint Laurent